Após protestos em diversas capitais, proposta perde apoio político e deve ser arquivada pela Comissão de Constituição e Justiça nesta semana.

PEC da Blindagem deve ser rejeitada no Senado após manifestações
Após as manifestações realizadas no último domingo (21/9), a chamada PEC da Blindagem perdeu força no Senado e deve ser rejeitada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) ainda nesta semana.
O presidente da CCJ, senador Otto Alencar (PSD-BA), declarou que a proposta será votada na próxima quarta-feira (24/9) e que a tendência é de enterramento definitivo da matéria.
Segundo Alencar, a mobilização popular foi determinante para a mudança de clima político em relação ao projeto.
“Depois das manifestações, essa PEC será o primeiro item a ser apreciado na CCJ, e a expectativa é que seja rejeitada. Não faz sentido mantermos um texto que não tem apoio da sociedade”, afirmou.
Relator é contra a proposta
O relator designado para analisar a PEC na comissão, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), já sinalizou que apresentará parecer contrário. Para ele, o texto aprovado na Câmara não encontra respaldo jurídico e político suficientes para avançar.
Nos bastidores, líderes do Centrão também admitem pouca disposição em apoiar a proposta. A avaliação é que se tornou arriscado associar o nome à PEC da Blindagem, considerada impopular.
Mobilização nacional
No último domingo, milhares de pessoas saíram às ruas em diversas capitais brasileiras para protestar contra a medida. Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo registraram grandes atos organizados por sindicatos, entidades civis e movimentos sociais.
Na Avenida Paulista, em São Paulo, o Monitor do Debate Político da USP, em parceria com a ONG More in Common, estimou a presença de 42,4 mil manifestantes.
As manifestações, segundo analistas políticos, tiveram impacto direto na decisão de acelerar a votação e rejeição da proposta no Senado.
O que está em jogo
A PEC da Blindagem, aprovada pela Câmara dos Deputados em 16/9, é alvo de críticas por prever mecanismos de proteção considerados excessivos a parlamentares e autoridades, reduzindo a responsabilização por eventuais irregularidades.
Agora, com o cenário de rejeição consolidado na CCJ, a expectativa é que o texto seja definitivamente arquivado no Senado.



