A cidade de Brasília entrou com força na disputa para sediar a final da Libertadores de 2025 — um desfecho que, até o momento, está marcado para o dia 29 de novembro em Lima, no Peru.
Mas o que torna essa disputa tão diferente dos bastidores tradicionais de sediar um grande evento esportivo são, em grande parte, os “confrontos políticos” que envolvem tanto a escolha da sede quanto a articulação brasileira para entrar no páreo. A seguir, a reportagem traz os principais aspectos desse cenário.

Por que Brasília está na briga
- O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, enviou um ofício oficial à CONMEBOL e à CBF oferecendo a Arena BRB Mané Garrincha como alternativa para a final.
- O documento cita: “tensão política e de segurança” em Lima — já que a capital peruana decretou estado de emergência por 30 dias, após protestos e crise institucional.
- Brasília teve candidatura formalizada no final de 2024 para ser sede da final da Libertadores.
- Argumentos usados pelo governo local incluem: ampla rede hoteleira, infraestrutura pronta, experiência em eventos internacionais, e estádio com grande capacidade.
Os confrontos políticos por trás da escolha da sede
- A instabilidade em Lima serve como motivador: a crise política no Peru — marcada por destituição de presidente, protestos, estado de emergência — gera risco de logística, segurança e imagem.
- A escolha da sede não depende apenas de infraestrutura, mas também de poder de pressão diplomática, articulação esportiva e relacionamento com a CONMEBOL. Por exemplo, o Brasil perdeu força na corrida para a final da Libertadores justamente por conflitos entre a CBF e a CONMEBOL.
- A candidatura de Brasília representa também uma tentativa de “marcar território” no futebol continental — ou seja, mostrar que o Brasil pode e deve voltar a sediar grandes decisões, e que a capital federal está pronta para isso.
- Há, portanto, uma trama política esportiva: governo local + federação nacional + entidade continental = uma disputa de poder e prestígio, além de simples logística de evento.
O impacto para Brasília e para o futebol
- Se Brasília for escolhida, isso representa ganho de visibilidade internacional para a cidade, que já sediou eventos importantes (Copa do Mundo de 2014, por exemplo).
- Para o futebol brasileiro, sediar a final novamente (já foi no Maracanã em 2020 e 2023) reforça o papel do país como centro de grandes decisões continentais.
- Para a CONMEBOL, a mudança de sede ou escolha de alternativa pode mostrar que a entidade leva em conta mais do que apenas estádio e torcida — mas também contexto sociopolítico dos países envolvidos.
O que pode impedir Brasília de ser a sede
- A escolha formal ainda está nas mãos da CONMEBOL — e até o momento Lima permanece como local designado.
- A própria estrutura de shows e compromissos do estádio de Brasília apresenta obstáculos. Por exemplo, o Mané Garrincha tem agenda de grandes shows em novembro, o que poderia conflitar com logística da final.
- Mesmo com a instabilidade, mudar um local de final de Libertadores não é simples: contratos, logística de torcedores, marketing e imagem estão em jogo.
Conclusão
Brasília pode, sim, virar um palco para a grande decisão da Libertadores de 2025 — mas isso depende de uma combinação de fatores: instabilidade externa (no Peru) + oferta firme da cidade/local + articulação política-esportiva dentro do Brasil.
O que está em jogo vai além de futebol: é uma disputa de prestígio, de influência nas competições continentais e de imagem internacional.


